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Cai adesão ao Enem 2021

Pesquisa indica queda na intenção de prestar a prova e preocupação sobre desempenho

A adesão ao Enem revela como está o engajamento dos estudantes na pandemia, afirma Marcus Barão, presidente do Conjuve. E os números mostram a "desilusão juvenil", afirma.

A prova é considerada o maior vestibular do país. A nota é usada para disputar vagas em universidades públicas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para disputar bolsas de estudos por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni) e crédito para pagar mensalidades, pelo Financiamento Estudantil (Fies).

Na edição de 2020, o Enem teve recorde de abstenção: 55,3% faltaram à edição impressa e de 71,3% à versão digital. A prova foi marcada pelo adiamento do exame, de novembro para janeiro, e pela realização da prova em um momento crítico da pandemia, com aumento no número de casos.

Os números indicam que:

* 8 em cada 10 jovens ouvidos não fizeram o Enem em 2020

*45% dos jovens não pretendem fazer Enem 2021

*29% não sabem se farão Enem 2021


Dados sobre saúde mental e emprego trazem ainda a dimensão do impacto da pandemia:



  • 61% sentem ansiedade

  • 51% declararam estar exaustos ou cansados constantemente

  • 17% afirmam ter depressão

  • 53% se diz inseguro em relação à própria saúde

  • 29% dos jovens tiveram perda de renda pessoal; entre eles, 31% são negros e 25%, brancos

  • 44% tiveram perda de renda familiar

"Estes dados são um reflexo da desilusão juvenil. O Enem é uma porta de sonho e esperança, uma etapa de transição da escola para a vida de jovem adulto. Se existia esperança de que em 2021 poderíamos retomar o velho normal ou conhecer um novo normal, o que estamos vivendo é uma situação cansativa, exaustiva, que aprofunda e agrava vulnerabilidades e violações de direitos", afirma Mar


cus Barão, presidente da Conjuve.

O levantamento teve parceria com Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial. Foram ouvidos 68 mil jovens de 15 a 29 anos em março e abril deste ano.


Soluções

Para mitigar os efeitos negativos da pandemia, Barão diz que será necessário investir na vacinação em massa e elaboração de um plano de retomada feito em parceria com a União, estados municípios e sociedade civil.

Além disso, destaca Barão, é importante considerar os principais motivos para os jovens pensarem em interromper os estudos ou não fazerem o Enem.

"Entre eles estão a necessidade de complementação de renda, seguido pela dificuldade de lidar com estudo remoto, além de desafios como problemas de saúde e depressão. Pensar em políticas públicas para inclusão positiva destes jovens, e para geração de renda e apoio mental, será importante para evitar problemas como evasão e não realização do Enem", afirma.


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